terça-feira, 17 de abril de 2018

"Cada macaco no seu galho" - José Calvino de Andrade Lima


Cada macaco no seu galho”

*Por José Calvino
 
O título acima é uma expressão, que significa: as pessoas devem reconhecer o seu lugar, sem se intrometer em assuntos alheios, os  quais não lhes compete.

Praticamente estou deixando de escrever, por motivos óbvios. Quem vive como eu, evitando grupos de subservientes “intelectuais” com conchavos, a fim de obter favores, permita-me registrar mais uma vez algumas inconfidências. Num país onde “todos são iguais perante a lei”, a decepção é grande. Em termos de Brasil, ser escritor ou poeta numa nação cheia de analfabetos e semianalfabetos é ainda mais difícil…

Modéstia à parte, em 1957, frequentei  o Curso de Iniciação ao Cinema, promovido pelo Centro de Orientação Cinematográfica e pela Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP). Retirei a proposta de sócio por motivos óbvios e, no mesmo ano o de Radiatro. Assim como também o desligamento da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT). Motivo: Não entregaram o comprovante do registro da Peça Teatral Trem & Trens” e a carteira da SBAT. Há prova de que a peça teatral “Trem & Trens”, de minha autoria, foi devidamente registrada sob o Nº 27.751 em 26.09.1990, no Rio de Janeiro, documento, como título executivo judicial em 1991. Com observações necessárias, concluí o curso de Ciências Religiosas pelo então ITER (Instituto de Teologia do Recife), sendo o referido curso equivalente à licenciatura curta para fins de Magistério. Em 1997, me associei à UBE-PE, epela segunda vez deixo de pertencer aos quadros da (des)União Brasileira de Escritores (Vide “Vagão abandonado nos jardins da UBE”) – Literário/Fiteiro Cultural 10/05/2011).

Termino aqui,  resumindo alguns fatos que aconteceram: Nos anos 60, um comandante Geral da Polícia Militar de Pernambuco (na Ditadura Militar era um oficial do Exército), resolveu levar um coronel da “meganha” para um clube de oficiais das Forças Armadas. Lá o general ficou chamando o seu subalterno de coronel todo instante. Até que encheu o saco de um coronel do Exército, que perguntou:
- Ele é coronel de onde?
- Da Polícia Militar – respondeu o general.
- Não sendo das Forças Armadas, não é coronel, general, ele não era nem pra estar aqui. Os lugares  dele frequentar são as gafieiras e sua excelência sabe disso: cada macaco no seu galho! – disse um outro oficial do Exército. O “meganha” ficou então somente frequentando clubes simples até a sua morte.

Candidatos à  Academia de Letras”, conversando entre si:
- Você ainda perdeu para um  cardiologista! E eu, que perdi para um proctologista?

Assim mesmo foi o caso do ex-presidente Lula, que deveria ter sido mais simples e procurado  o seu lugar. Será que ele não se lembrou de que um dia foi de pau de arara para São Paulo e, como metalúrgico, perdeu até um dedo junto com os seus companheiros pobres? Por isso o título dessa crônica :Cada macaco no seu galho”.


*Escritor pernambucano


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