quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Soneto do amor que virou poeira


Soneto do amor que virou poeira

* Por Alberto Cohen

E fugitivo da prisão dos medos,
quis, uma vez somente, estar liberto
para conter nas mãos o amor incerto
que, aos poucos, escorria entre meus dedos.

Muito tarde, porém, não mais havia
vestígio desse antigo sentimento,
apenas pó levado pelo vento,
sem nenhuma esperança ou serventia.

Segui tentando achar pelo caminho
um sorriso, algum gesto de carinho,
perdidos no pior da ventania.

Mas foi em vão, nos passos tropeçando,
não reencontrei o amor, nem mesmo quando
ressuscitou em forma de poesia.

* Poeta paraense.


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