sábado, 17 de fevereiro de 2018

O fardo do homem branco - Rudyard Kipling


O fardo do homem branco

* Por Rudyard Kipling

Tomai o fardo do Homem Branco - 
Continua pacientemente 
Encubra-se o terror ameaçador 
E veja o espetáculo do orgulho; 
Pela fala suave e simples 
Explicando centenas de vezes 
Procura outro lucro
E outro ganho do trabalho. 

Tomai o fardo do Homem Branco - 
As guerras selvagens pela paz - 
Encha a boca dos Famintos, 
E proclama, das doenças, o cessar; 
E quando seu objetivo estiver perto 
(O fim que todos procuram) 
Olha a indolência e loucura pagã 
Levando sua esperança ao chão. 

Tomai o fardo do Homem Branco - 
Sem a mão-de-ferro dos reis, 
Mas, sim, servir e limpar - 
A história dos comuns. 
As portas que não deves entrar 
As estradas que não deves passar 
Vá, construa-as com a sua vida 
E marque-as com a sua morte. 

Tomai o fardo do homem branco - 
E colha sua antiga recompensa - 
A culpa de que farias melhor 
O ódio daqueles que você guarda 
O grito dos reféns que você ouve 
(Ah, devagar!) em direção à luz: 
"Porque nos trouxeste da servidão 
Nossa amada noite no Egito?" 

Tomai o fardo do homem branco - 
Vós, não tenteis impedir - 
Não clamem alto pela Liberdade 
Para esconderem sua fadiga 
Porque tudo que desejem ou sussurrem, 
Porque serão levados ou farão, 
Os povos silenciosos e calados 
Seu Deus e tu, medirão. 

Tomai o fardo do Homem Branco! 
Acabaram-se seus dias de criança 
O louro suave e ofertado 
O louvor fácil e glorioso 
Venha agora, procura sua virilidade 
Através de todos os anos ingratos, 
Frios, afiados com a sabedoria amada 
O julgamento de sua nobreza.


* Escritor e poeta britânico, nascido em Bombaim, na Índia.

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