quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Apelo - Pedro J. Bondaczuk


Apelo

* Por Pedro J. Bondaczuk

Flor delicada e etérea
dos sonhos, delírios de angústia,
pétala sutil da madrugada,
pura açucena dos campos
da sensibilidade e sentimento,
desabrochar da alegria,
faça do meu desencanto
enfático cântico de vitória!

Aromatize nauseabundas cloacas
da inveja, ódio e maldade
com, de rosas brancas e amarelas,
inebriante aroma. Ou do jasmim,
ou da lótus das meditações.

Que seus passos sejam leves
asas de borboletas
e não sangrem as frágeis pétalas
das fantasias, sonhos e ideais
com brutais tacões assassinos
de desejos inconfessáveis.

Que as mãos sejam brisas sutis,
os dedos, sopros da aura,
os lábios, carícias de asas,
os olhos, fontes cristalinas,
o mundo, canteiro, vergel
onde a erva do desamor,
urtigas, espinheiros e cardos
que crestam a humanidade
sejam lançados nas chamas
que purificarão a Terra.

Rosa mágica, rosa de Sharon
que marcou passagem no tempo
com gestos e atos
e fatos e encantos
e a elétrica empatia
que move a unidade,
desabroche, ressurja, renasça
e além de um poeta e amante,
me erija, me transforme
em dínamo gerador de emoções!

(Poema composto em Campinas, em 9 de agosto de 1978).

* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

Um comentário:

  1. Li e comentei no Facebook, algo assim: o belo e o horrendo na mesma estrofe. Coisas do mundo dual.

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