sábado, 13 de janeiro de 2018

Para as dores nos ossos

* Por Clóvis Campêlo

Com dores nas articulações, vou ao médico. Depois dos exames radiográficos, vem o resultado: artrite e artrose. Segundo ele, coisas da idade. Para as dores, analgésicos, antiinflamatórios e um remédio a base de fitoterapia. Mas com um aviso: "A tendência é isso tudo piorar com o passar do tempo, seu Clóvis". Entendo eu, portanto, que a medicação prescrita trata-se de um mero paliativo.

E agora? Como já sofro de psoríase, uma doença autoimune que também ataca as articulações, preparo-me para o pior, que, com certeza, ainda há de vir.

No entanto (sempre existe um no entanto), lembro dos meus velhos compêndios homeopáticos e resolvo fazer neles uma nova investida. Descubro o eupatorium perfoliatum e me lembro que uma vez eu dei a meu irmão, durante uma crise de dengue, e a coisa funcionou a contento.

Recorro ao Guia da Medicina Homeopática, do dr. Nilo Cairo, e nas suas páginas encontro o seguinte: "Em qualquer moléstia em que predominar o sintoma - dores por todo o corpo como se fossem nos ossos, as quais não aliviam nem pelo repouso nem pelo movimento, está indicado oeupatorium, - influenza de forma reumática (principal remédio), febre intermitente (pela manhã, com vômitos biliosos), dengue, febres biliosas, bronquites, etc. Ossos sensíveis e carnes dolentes. Dor occipital, com sensação de peso, após ter-se deitado".

Com base nessa descrição, acredito ter encontrado o remédio adequado para mim. Resolvo ainda, porém, pesquisar mais na grande rede, e no site Medicina Natural encontro que o eupatorium é uma planta medicinal também conhecida como erva-de-cobra, planta-sudorípara, sálvia-indiana e boneset. Pertence à família Asteraceae.

A publicação diz ainda que a planta, segundo texto do Dr. Pierce publicado em 1895, é um excelente estimulante do apetite, além de ótimo tônico e sudorífero. Consta ainda que foi usada como medicamento durante a epidemia de febre amarela que aconteceu em 1793, na Filadélfia. Seus compostos principais são taninos, glicosídeos, ácido gálico, resina e óleo essencial, além de boas quantidades de cálcio, magnésio, potássio e vitamina C.

Descubro ainda, no artigo citado, que a planta é citada em estudos médicos desde meados do século XVIII. O seu nome popular em inglês (boneset) foi dado por americanos que a utilizaram para tratar a "febre de breakbone", que causava fortes dores ósseas, no início do século XX.

Sinto-me recompensado pela pesquisa e com a quase certeza de que esse é o remédio que preciso. Precisaria, no entanto, fazer aqui uma pequena distinção apenas entre o uso homeopático da planta, conforme se refere o dr. Nilo Cairo no seu livro citado, e o seu uso fitoterápico, conforme a indicação do site Medicina Natural.
 
Enquanto no segundo caso o princípio ativo da planta é obtido através de infusão, na forma de chás, na homeopatia é feita a diluição decimal ou centesimal da sua tintura-mãe em farmácias homeopáticas especializadas para isso, sendo esse uso mais indicado para quem tem possíveis problemas alérgicos.



* Poeta, jornalista e radialista

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