segunda-feira, 11 de dezembro de 2017


Os olhos de Mara


* Por Talis Andrade


Quem reclama dos garranchos dos receituários, não deve esquecer que a literatura portuguesa registra a presença de médicos escritores e poetas. Caso de Jorge de Lima, biografado por Moacir Japiassu no romance Quando Alegre Partistes. Veja que beleza de texto. Veja como Mara Narciso começa seu aconselhamento Caminhar para poder ver o mundo:
 
Assim como há o lado oculto da lua, há também o lado cego das pessoas. A civilização ocidental neurotizada não caminha, corre não se sabe bem para onde, mas, desconfia-se, para a própria ruína, e assim, desenvolveu uma cegueira para algumas coisas. Quem não anda a pé não tem como enxergar as trivialidades da cidade”.


* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).




2 comentários:

  1. Gostei do comentário do professor e jornalista. Afinal ser HUMANO já nasce com seus sentidos ocultos. Faz laboratório nesta visão do enxergar e cega dita trivialidade da cidade urbana. É o mundo que vivemos.

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