quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Que nem eu


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


Disseram-me solenemente: -É de raça! Pastor polonês legítimo!Três dias pra se ambientar no quintal pois seria inadmissível ficar dentro de casa. Ih...por causa disso eu escuto até hoje!

Bicha danada pra fazer merda! Passou por mim correndo e se engalfinhou no fio do ferro de passar! Ventou ela com meu ferro a quicar pela casa! Deus nos livre! Pra dar um banho na cidadã é um parto! Odeia água! Adorava ficar debaixo da cama até ficar entalada, a gorda!

Ficha criminal: alguns ratos (parabenizo), um pombo (indiferente), dois sabiás (morri de dó) e quase matou dois gatos (provavelmente suicidas).

Hoje em dia ela mais dorme do que atua, tá velhinha, tá enjoada e rosna pra qualquer coisa, mas sempre me rouba um sorriso quando me procura nem que seja por um petisco. É uma amiga, uma companheira, leal, fiel e chata que nem eu.


* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


Um comentário:

  1. Alguns bichinhos têm temperamento difícil, como nós, os humanos, com a diferença que, sendo cachorros são sempre os melhores amigos.

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