domingo, 5 de novembro de 2017

Mundo novo


* Por Pedro J. Bondaczuk


Pra fugir dos desenganos
e do tempo, infame e louco,
dos sofrimentos humanos
que aniquilam, pouco a pouco,
a vida do mais incauto,
construí um mundo novo.
Um mundo próspero e lauto,
sem rei, coroa ou povo.

As ruas não têm esquinas,
as casas são pequeninas
e as praças são roseirais.

O sol não vê seu poente,
o amor não fica doente
nem morre ao tempo passar.

Lá nunca houve tristeza.
O meu mundo é só beleza,
poesia e muita emoção.

Criei um céu com estrelas
de inefáveis sentimentos,
de bondade e simpatia.

E nele gravei um nome,
que o vento sempre repete
na copa dos pinheirais.

Gravei um nome canção...
Um nome pra repetir
com carinho e devoção,
pra sempre, na eternidade:

gravei teu nome, a sorrir!Hoje ainda vago a esmo,
pois na tarde fria se perde
a saudade de mim mesmo...

(Poema composto em São Caetano do Sul, em 15 de julho de 1964).


* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

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