sábado, 18 de novembro de 2017

E agora?

* Por Flora Figueiredo

O que é que eu faço
com essa volúpia
que se arredonda dentro de mim
em cornucópia
e destila gotas de mel e de cetim?
Esse ciclone que revira e arrebata,
entorta a regra, desintegra e quase mata,
faz arruaça, depois passa e vai embora!
O que é que faz um vendaval ensandecido
despejar flores no meu chão adormecido?

(In “Limão Rosa”, 2009)

* Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida. 


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