sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Você sabe como aprender brincando?


* Por Luciane Evans

Vira e mexe a professora sempre solta aquele sermão: “Gente, tem hora certa para brincar e para aprender?” E quando ela diz isso, salve-se quem puder! É hora de sentar e prestar muita atenção, sem dizer nenhum pio. Afinal, todo mundo sabe que em sala de aula brinquedo e brincadeiras não entram. Será?

Alunos das escolas públicas em Minas Gerais querem provar que aprender pode ser muito mais divertido do que se imagina. Sabe aqueles jogos de tabuleiros, que nos fazem ficar de olhos vidrados, sem piscar? Pois é. Nessas escolas eles foram parar dentro da sala de aula e são verdadeiros companheiros de meninos e meninas na hora das lições de português, matemática, raciocínio lógico e conhecimentos gerais.

Quem ensina como se joga um deles é Diego Rocha, de 11 anos, aluno da 4ª série da Escola Municipal Professora Helena Abdala, no Bairro Jardim Vitória, na Região Nordeste de Belo Horizonte. “O nosso brinquedo é um tabuleiro de letras e números. Cada jogador tem uma peça para jogar. Quando ela é colocada em cima da letra L e do número 5, por exemplo, o participante tem que dizer cinco palavras que comecem com a letra L”, exemplifica Diego, que diz ter aprendido muito com tudo isso. “É sempre um aluno contra o outro. Já fui vencedor várias vezes”, recorda-se, orgulhoso. Ele e os colegas, com a professora, vão começar a construir o próprio jogo. “Vai ser muito legal”, aposta.

A ideia de levar o que era da hora do recreio para a sala de aula não é de hoje. Começou há 27 anos, em Curvelo, na Região Central de Minas, no Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD). Na época, o objetivo era saber se crianças podiam aprender brincando. Cerca de 100 meninos e meninas toparam o desafio e começaram a construir, com os educadores, jogos voltados para o aprendizado. Deu certo. “Existia o Davidson que sempre repetia o ano em matemática mas era muito bom em dama. Então, montamos um tabuleiro que misturava as duas coisas. Ele se deu bem”, conta o presidente do CPCD, Tião Rocha. Já foram criados 2 mil brinquedos. Em Minas Gerais, por meio de uma parceria entre o Banco Mercantil e o CPCD, os jogos estão chegando às escolas públicas.


Fonte: Jornal Estado de Minas


* Jornalista.

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