segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Ignomínia


* Por Dairan Lima


Hei de matar-te um dia.
Não dessas mortes cotidianas.
Hei de matar-te aos pouquinhos.
Sangrando devagarinho.
Te fazendo morrer.
E essa dor que hás de sentir
Será igual à minha já defunta.
Não sentirei pena nem nada.
Terei nos lábios apenas
Esse sorriso gelado dos sádicos
Que sentem orgasmos com o sofrimento do amado.
Depois estarei refeita.
E colocar-te-ei num ataúde frio.
Ainda levarei flores todos os dias.
Rogarei a Deus por teu perdão
E me masturbarei com a lembrança tua.
 


* Poetisa tocantinense

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