quinta-feira, 21 de setembro de 2017

A sinceridade

* Por Gustavo do Carmo

Ser sincero é correr o risco de ser condenado ao fracasso.
Ser sincero virou motivo de piada. Tema de programa humorístico.
É preciso pedir aos outros para falar com sinceridade. Mas quando você pede, não gosta da verdade.

Tem aqueles que falam com sinceridade sem você pedir. Sem sequer ter pedido uma opinião. Mas, na verdade, estão é te julgando.

Seja franco. Confesse todos os erros que você cometeu. Vai perder a confiança de quem ouviu a sua confissão.

Se sinceridade fosse uma qualidade, os pais nos ensinariam desde cedo.

Eles ensinam a sermos honestos e não mentir. Não a ser sincero.

Por isso reprovam quando você é sincero com uma tia gorda ou com um primo feio.

Ser sincero para a sociedade é ser infantil. Por isso que as crianças são as pessoas mais sinceras que existem.

Não exija sinceridade de um amigo. Muito menos uma satisfação dele. Vai achar que você está cobrando. E ninguém gosta de ser cobrado.

Advogado não pode ser sincero. Vendedor não pode ser sincero. Postulante de emprego, muito menos.

Por isso, a sinceridade não vende. Não vende porque não presta?

Deve ser porque não serve.

Sinceridade não vale a pena.

Por isso, temos que ser falsos. Falsos como a sociedade.

A gente finge que é sincero.

Para ser sincero é preciso ser corajoso.

Não ter medo de perder amigos, amores, empregos, oportunidades, negócios, confiança, dignidade. Pois você se arrisca a tudo isso.

Ser sincero é correr o risco de ser condenado ao fracasso.


* Jornalista e publicitário de formação e escritor de coração. Publicou o romance “Notícias que Marcam” pela Giz Editorial (de São Paulo-SP) e a coletânea “Indecisos - Entre outros contos”.
Bookess - http://www.bookess.com/read/4103-indecisos-entre-outros-contos/ e
PerSe -http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/WF2_BookDetails.aspx?filesFolder=N1383616386310




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