sábado, 26 de agosto de 2017

Ronildo Maia Leite

* Por Clóvis Campêlo

Sobre a sua morte, assim se pronunciou o jornal Estado de São Paulo, em nota assinada pela jornalista Angela Lacerda:

Foi enterrado na manhã de hoje no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Pernambuco, o corpo do jornalista Ronildo Maia Leite. Pernambucano de Garanhuns, Ronildo conquistou quatro prêmios Esso de Comunicação - regionais - e escreveu 15 livros. Ele tinha 78 anos e deixou oito filhos de três casamentos e 11 netos. Sua morte foi causada por uma infecção respiratória. Ronildo se formou na primeira turma de jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, passou por quase todos os jornais do Estado, foi repórter da revista Veja, colaborador da IstoÉ e chefiou durante 19 anos a redação Norte-Nordeste do jornal O Globo”.

Segundo a Enciclopédia Nordeste: “Ronildo Maia Leite nasceu em Garanhuns a  30 de outubro de 1930. Estreou no jornalismo aos 13 de anos de idade, em Garanhuns, sua cidade natal, no extinto Garanhuns Jornal. Em 1951, ingressou no Jornal Pequeno, do Recife, de onde saiu, em 1955, para o Diário de Pernambuco. Formado pela primeira turma de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, foi laureado da Cadeira de Técnica de Jornal, recebendo o prêmio instituído pelo Moinho Recife. Em 1963, foi secretário de Redação da Última Hora, Edição Nordeste, cuja circulação foi interrompida pelo movimento militar de 1964. Foi preso no instante em que preparava, ao lado de Múcio Borges da Fonseca e Eurico Andrade, uma edição extra sobre a resistência dos governadores nordestinos. Entre 1967 e 1970, ocupou a Secretaria de Redação do vespertino da empresa Jornal do Commercio, conquistando dois dos três prêmios nacionais de melhor manchete, conferidos pela Northon Publicidade, com os títulos de primeira página: Um branco fuzilou a paz (assassinato de Martin Luther King) e Praga vermelha: é o sangue dos jovens (invasão da Tchecoslováquia pelas tropas russas). Ganhou quatro Prêmios Esso: com as reportagens A Cidade Invicta (a experiência democrática do Recife em 1945) e Exu – 200 anos de guerra (a luta entre as famílias Alencar e Sampaio, de Exu), ambas publicadas pelo Diario de Pernambuco; 10 anos da Anistia e Pernambuco no centro do golpe, cadernos especiais produzidos pela equipe do Jornal do Commercio; além de uma Menção Honrosa, do mesmo prêmio, com o texto Baleia dando sopa na costa, japonês fisga, publicado na Revista do Nordeste. Morreu no Recife, a 05 de julho de 2009, um ano depois de sofrer um acidente vascular cerebral”.

Poderíamos aqui colocar diversas outras menções à competência profissional de Ronildo Maia Leite e aos prêmios por ele recebidos. Afinal, era um grande e respeitável jornalista. Autor de vários livros e membro da União Brasileira dos Escritores, Seção de Pernambuco, foi por nós fotografado no seu apartamento, situado na Rua Maestro Nelson Ferreira, em Jaboatão dos Guararapes, em 1991, para o trabalho do Grupo 3 intitulado Escritores Pernambucanos Contemporâneos – um levantamento fotobiográfico, o qual, por falta de patrocínio, nunca chegou a ser publicado.

Em janeiro deste ano, em parceria com a Câmara Municipal do Recife, a Prefeitura da Cidade do Recife o homenageou dando o seu nome à Biblioteca Popular de Afogados. 


* Poeta, jornalista e radialista.

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