quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Fração de tempo e espaço


* Por Pedro J. Bondaczuk


Limite. Limito o universo.
Eixo cartesiano de tempo e espaço.
Verme e gigante, ínfimo e colossal
(na dependência do ponto de vista encarado).
Antes e depois de mim há o infinito e eterno.

Arrogância de Lúcifer. Importância de ameba.
Espírito indômito aprisionado em frágil cristal.
Rústica semelhança com o Onipotente,
imprudente conhecedor da ciência do Bem e do Mal.

Semideus no pensamento, animal na ação.
Feixe de paradoxos, finito e mortal.
Incógnita incompreensível, “x” da criação.
Protetor e carrasco de todo o reino animal.

Pó das estrelas dos confins do universo,
Racional e besta-fera, acompanhado e só.
Estarei, eternidade afora, decomposto e disperso,
sou poeira estelar. Ontem e amanhã, apenas pó!


(Poema composto em São Caetano do Sul, em 10 de janeiro de 1964).




* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

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