Abismo
* Por Pedro J. Bondaczuk
Minha vida é um abismo
escuro, profundo e sem fim.
Vazia, instável, sem
graça,
torta espiral de fumaça
a dançar, doida, no ar.
Círculos concêntricos do
medo,
amores, que nada são,
fruto amargo e azedo,
arremedo de emoção.
Espinhos que contêm
veneno,
mochos agourando desgraça,
efêmera, medrosa, pequena,
torta espiral de fumaça.
Temor constante, quase
eterno,
abismo profundo, sem fim,
da velhice, que é o
inverno
da vida, que passa a esmo.
Mas o meu medo mais forte
não é da dor ou da morte:
é o medo de mim mesmo!
(Poema composto em São
Caetano do Sul, em 16 de agosto de 1963).
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de
Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do
Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções,
foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no
Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios
políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas),
“Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da
Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º
aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53,
página 54. Blog “O Escrevinhador” –
http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
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