domingo, 2 de julho de 2017

Janelas da consciência


* Por Pedro J. Bondaczuk


Abri as janelas da consciência
e descortinei a eternidade!

Sou incógnita insolúvel,
o “x” da equação da vida
na ingente busca de solução.

Não sou nada! Não sei nada!
Nada quero de material!
Só meu mundo não tem trevas.
Mas nem meu sonho me é leal!

No poema, inconseqüente,
que quis, em vão, escrever,
está a minha alma revelada.

Quem me dera me encontrar,
na minha perpétua busca,
no meu mundo, a viver
a quimera insatisfeita,
a busca da felicidade.

Quem me dera ser monera,
cosmo, expressão sem alma,
ser luz, ser treva, ser pedra,
ser sonho buscando sonhos.

Vago, no universo infinito,
tentando descobrir meu “ego”,
a mística auto-revelação,
vacilante, tateante e cego.

Muito além do zênite supremo,
dos limites do inconcebível vácuo,
descortino, da vida, a essência:
abri as janelas da consciência!

(Poema composto em São Caetano do Sul, em 3 de agosto de 1964)




* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

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