domingo, 9 de julho de 2017

A montanha


* Por Guilherme de Almeida



A montanha entreabriu as portas da distância
e alguém passou.



Não entrou nem saiu; passou. Só ressonância
foi que deixou.



Ecos somente: ecos do tempo, ecos do espaço,
ecos de luz,
ecos da sombra e do ar, do que passou sem passo,
gesto de cruz.



A montanha fechou as portas interpostas:
e, aquém e além,
um silêncio ficou de joelhos e mãos postas.
Só. Mais ninguém.






* Jornalista e poeta, eleito, em eleição popular, “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, membro da Academia Brasileira de Letras.




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