quarta-feira, 28 de junho de 2017

Só cego


* Por Blima Bracher


Ser poeta é não ter descanso, nem no remanso. Manso é o mundo dos tolos. Poetas choram e se arrepiam. E rodopiam, tontos de sono.

Preciso escrever e descrever meu olhar supra real sobre o mundo. Mundano. Danem- se os covardes. Os que não sangram e não se amassam.

Não estou nem aí pros que saem engomados dos armários. 
A essência está em pelos arrepiados. E sou toda lágrimas a todo instante.

Descansem olhos, meus supra olhos. Descansem e me deem descanso. Pois, preciso escrever e dormir. O sono dos justos, por justa causa.

Mil pílulas entorno. No entorno da minha cama, meu anjo loiro ressona. Como são longas as horas e curtas as palavras. Nelas não cabe meu apelo. Pelo menos queria dormir…

Meus dentes, bem os tenho na boca. Alinhados e brancos, mas o sorriso não me é fácil. Invejo as gargalhadas espontâneas. As risadas de Leila ecoando aos quatro cantos do apartamento enquanto o sol entra pelas janelas.

Ilusões juvenis, não mais as tenho. Paixões? Quem me dera ser poeta…


* Jornalista



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