terça-feira, 20 de junho de 2017

Entre aspas proveitosas

*Por José Calvino
 
Inicio com as palavras de Ingenieros:
 
Os homens recusam-se a trabalhar e a estudar ao verem que a sociedade cumula de privilégios os ociosos e os ignorantes. E é por falta de justiça que os Estados se convertem em confabulações de favoritos e de charlatães, sempre dispostos a lucrar da pátria, mas incapazes de a honrarem com obras dignas.”
 
A professora Nelly Carvalho, no seu artigo sob o título “Leitura e saber”, cita uns trechos de Simone de Beauvoir, em seu livro, Balanço Final: “ Na infância. Na adolescência, a leitura não era apenas minha distração predileta, mas a chave que me abria o mundo. Ela anunciava meu futuro: identificando-me com heroína de romance e através delas pressentia meu destino”. Depois afirma: “A alegria de ler, esta não diminuiu. Fico sempre maravilhada com a metamorfose de pequenos sinais pretos em uma palavra que me joga no mundo, traz o mundo para dentro das quatro paredes; e assim, também colaboro com o autor para fazer existir a página  que decifro”.

Mais adiante... DIz Escarpitt e Baker que “O lugar da leitura em uma sociedade e o papel que ela pode e deve desempenhar depende em primeiro lugar  das estruturas da sociedade que a refletem”.

Sabendo que existem pessoas que gostam de ler, faço cá as minhas escritas com observações sobre o comportamento do nosso povo. Perante a lei, ao menos, todos nós somos iguais, mas será? Não acredito que no nosso Brasil se tenha uma educação básica que nos prepare para vivermos felizes da vida. Observo sempre que a maioria dos que nascem neste país não tem preparo para viver dignamente, e não tem sequer o primário. Continuo dizendo que a culpa é do governo. Por que, do contrário, será que os meninos e meninas têm culpa? Claro que não.

Enfim, pergunto a mim mesmo até quando assistiremos a esse filme chamado Brasil?

 Estamos assistindo esse filme
Chamado Brasil!
Todos nós sempre temos dito:
“Esse filme já passou”
Já dizia Machado de Assis:
“A hipocrisia é a solda que une a sociedade”.
Quem nos ensinou viver assim?
No despertar de um novo horizonte...
Qual de nós sentirá recordação?
Será difícil reverter esse quadro!!!
Como diz Chico Buarque:
“De que me vale ser filho da santa?
Melhor seria ser da outra”.
Fora à mediocridade
Viva o Brasil!



Nota – “Filme chamado Brasil”, extraído do livro:“Miscelânea Recife II”, p.33- ed. Esgotada.
 
*Escritor, poeta e teatrólogo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário