sábado, 25 de fevereiro de 2017

Amantíssimo

* Por Flora Figueiredo


Aquela lasca de lua
minguando na noite
como um traço gasto,
é só amostra do que faço,
quando apaixonado.
Suguei-a quase inteirinha,
para saber se ela continha
o doce celebrado pelo poeta.
Empanturrei-me de amor
de lua tanta,
que hoje ela mal brilha e se levanta.
E eu deito, solto a vida e faço dieta.

* Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.


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