quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Invenções de Ano Novo


* Por Analu Faria


Deixei as resoluções de fim de ano para lá, desta vez. Não me pergunte por quê. Será que 2016 foi louco demais? Será que é isso? Ainda assim, fui feliz este ano (mas não gostaria de alongá-lo, obrigada, já deu). Gratidão? Ah, sim, claro, sempre!, mas 2016 já poderia ter terminado lá para outubro.

Em homenagem a este ano que mais pareceu uma novela mexicana, resolvi mexicanizar e, em vez de resoluções, pensei em invenções e medidas esdrúxulas que eu queria ver realizadas em 2017. Aí vão:

1) uma lei (talvez precisasse ser uma emenda constitucional) que permita que não haja data final fixa para nada. Dessa forma, teríamos o início de prazo para, por exemplo, a entrega da declaração do imposto de renda, mas o prazo final poderia ser anunciado pela autoridade competente uns dois dias antes. A vantagem disso é que a gente nunca faria nada em cima da hora. Ah, e correria menos risco de desistir dos projetos, tipo: “tô pensando em fazer aquele concurso, mas como o prazo de inscrição ainda não acabou, eu posso pensar mais um pouquinho”. Em geral, a gente não faz o concurso;

2) uma tecla de silêncio para discussões políticas pautadas por abilolamentos de esquerda ou falta de noção de pessoas de direita. Assim, quando alguém começasse a dizer que não existem presos políticos em Cuba ou que bom mesmo era na época dos militares, você poderia simplesmente apertar essa teclinha e deixar as pessoas no mute, balançando a cabeça de vez em quando, para fingir que concorda;

3) uma máquina que abra potes de vidro (como os de palmito);

5) uma máquina que dobre aqueles lençóis que têm elástico;

7) remuneração por elogio; quanto mais convincente, maior a remuneração, que seria feita pelo elogiado; brincadeiras que desvirtuassem o esquema seriam punidas com o pagamento por parte daquele que a fizesse (ex.: chamar um careca de cabeludo, como “elogio”, seria desvirtuamento.);

8) açúcar que não engordasse e te fizesse mais saudável — melhorasse o colesterol, os triglicérides, regulasse os níveis de ferro no organismo etc.

9) multa para o uso excessivo das expressões “paradigma” e “agregar valor”.

E você? O que gostaria de ver “inventado” em 2017?

Feliz ano novo e que ele possa ser cheio de boas esdruxulices.


* Jornalista.

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