terça-feira, 19 de abril de 2016

Liberdade de expressão
  
Peço licença ao leitor para mudar temporariamente de assunto, neste nosso espaço nobre (até para me dar tempo de aprofundar pesquisas), com a promessa de que voltarei a comentar, e ainda bastante, como alguns dos mais importantes escritores abordaram em suas obras das várias epidemias que dizimaram milhões de pessoas (e que ainda dizimam), através do tempo. Para emitir comentários a propósito deste e de qualquer outro assunto, tenho que formar opinião a respeito. E, para isso, óbvio, preciso ler os livros a serem comentados, parte deles sem edição em português. E isso... requer certo tempo.  

Tratarei, hoje, de um tema que já abordei “n” vezes, aqui mesmo e em tantos outros espaços, mas que sempre é oportuno abordar. A atividade artística, notadamente a literária, tem, como premissa fundamental, a liberdade de expressão. A Literatura e, claro, o jornalismo. Ambos não comportam, pois, direcionamentos de temas, pautas com as quais o redator não concorde, censuras e nada que atrapalhe, ou impeça, o escritor (e o jornalista) de expressarem o que pretendam em seus textos com a máxima fidelidade e clareza. Arte e Moral são compartimentos distintos e nunca (ou raramente) andam juntos. Talvez aí, a ação do escritor e do jornalista se diferenciem.

O único juiz, implacável e exclusivo, de quem faz Literatura, o que decide de fato o sucesso ou o fracasso de quem se aventure neste campo é, e sempre deve ser, o leitor. Apenas a ele cabe julgar o que acha bom ou o que entende que seja ruim, deficiente, mal-escrito e mal-expresso. Afinal, é ele que compra livros e movimenta a vasta indústria editorial.

A única censura pertinente é a do próprio escritor. Este precisa contar, sobretudo, com bom-senso na escolha do que e de como irá escrever, para não cair, eventualmente, em ridículo publicamente. Compete-lhe escolher livremente o tema que queira abordar, a forma de explanação e a linguagem a utilizar, de conformidade com o seu estilo e de acordo com o grau cultural do segmento a que seu texto se destine. Mas precisa estar ciente de que será, sempre e sempre, julgado pelo leitor. Em caso de agradá-lo, será premiado com a sua fidelidade. Se não...

Todavia, o escritor tem que respeitar, sem nenhuma exceção, os cânones do idioma. Neste caso, não se trata, sequer, de nenhum cerceamento à sua liberdade de expressão, mas de premissa básica e lógica para quem aspire a essa condição. É para lá de óbvio para qualquer um que ninguém jamais será escritor caso não saiba o que é primário e elementar: ou seja, “escrever”.

O objetivo primordial da literatura é o de comunicar – pensamentos, sentimentos, observações ou seja lá o que for – a alguém. Não se trata, pois, de nenhum exercício de exibição de erudição e nem de mera feira de vaidades. Quanto mais perito for o escritor, na captação da atenção do leitor e na conquista da sua empatia e cumplicidade, maior será seu sucesso nessa atividade. Pense nisso.

Boa leitura!

O Editor.

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Um comentário:

  1. Lendo e aprendendo, abrindo horizontes, fechando alguma lacunas e criando outras ao longo da vida, mas nunca estática e opinando sempre (eu quase não uso sempre e nunca em minhas colocações, pois acho que são palavras que fecham tudo em sua volta).

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