terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Observações aos ladrões do Brasil

*Por José Calvino


Nas minhas observações sobre aos ladrões do Brasil, lembro que o pobre de antigamente  se chamava “Ladrão de Galinhas”. Na verdade, tratava-se do morador de favelas. Parece que estou vendo quando um maloqueiro de nome Amaro (falecido), com uns quatro milhos na palma de uma das mãos e com os dedos indicador e médio abertos, entoava o “refrão” que usavam chamando as galinhas: “ti-ti-ti-ti...”, no quintal lá de casa (que dava para um beco próximo à primeira escadaria do Morro da Conceição)!

De certa feita, quando uma delas veio comer o milho, o dito  cujo apertou os dedos no pescoço da mesma, estrangulando-a  e saiu correndo pela escadaria do Morro quando eu, então um menino, gritei:

 “Ladrão safado, ladrão de galinha”.

Muitas dessas galinhas andavam soltas, então  os maloqueiros se aproveitavam e recolhiam os ovos nos ninhos que ficavam nos matos perto de casa. Mamãe dizia ao meu irmão mais velho e a mim:
“Não tirem os ovos dos ninhos das galinhas dos outros, pois elas têm dona e isto é furto”.

E nós obedecíamos.  Os ladrões daquele tempo, para a sociedade, eram apenas os de galinhas. Mas, ignoravam que havia os corruptos e vendilhões da pátria, e a polícia só prendia a juventude pobre das favelas de todos os estados do Brasil. Com  uma frase infeliz: “bandido bom é bandido morto”!

Quem estava doido de dizer que um general, desembargador, juiz de direito... era ladrão? E, se assim o fizesse era logo considerado como “comunista”. Lembro-me bem quando um delegado de polícia disse a um agente policial (investigador na época) que foi reivindicar aumento, curto e grosso:

“Vocês já não têm carteira de polícia e revólveres, então pra que aumento?”

Ora, isso então dava a entender o quê? Na ditadura militar a polícia recebia o ordenado mensal atrasado, passava praticamente dois meses para receber o do mês anterior. Aliás, aqui (Pernambuco) está ficando quase assim, vejo a hora de voltar a pagar como na perversa ditadura militar. 


Retorno a dizer: é muito fácil ficar em cima do muro e criticar. Onde estão aqueles que patrocinam o Clube Carnavalesco “O Galo da Madrugada”, que sai do Recife nos carnavais arrebanhando uma multidão incalculável? Por que nunca se rebelaram contra qualquer desgoverno?   Será que ninguém ainda não percebeu? É notório que os três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) há anos estão corrompidos e que os cidadãos estão reféns dos desmandos de quem deveria defender seus direitos.

Não vejam leitores amigos e amigas, cinismo de minha parte em julgar-me com mais experiência do que os demais que eu conheço, com exceção de certas amizades, os chamados: “ricos ou metidos”, geralmente (querem saber quem é quem). Eu desde pequeno sou muito popular, tenho os meus erros, não resta a menor dúvida, frequento sempre lugares simples e, venho observando que infelizmente o bom é sinônimo de otário e o sabido é o que é orgulhoso. É um problema sério, eu me revolto, mas estou conseguindo sobreviver de não ser tão “otário”. O meu defeito talvez possa ser transformado em virtudes. Não acredito nesse Deus que muitos usam e abusam enquanto  só pensam no dinheiro que nos roubam (os politiqueiros). E para suportar esses vermes, para sentar-me com eles e elas à mesma mesa, foi um dos motivos de minha pessoa não ter brincado o carnaval deste ano. Eles e elas se fazem de “amigos”! Mas, amigos sinceros são a coisa mais difícil do mundo. Aquele que lamenta as dificuldades de minha jornada? Não tenho encontrado, vivo a minha vida como a poesia Viver:

Só com poesia
essa caminhada sua
a chuva molhando
as flores, as árvores...
À vida é jovem e poética
é como o espírito que renova.
Viver
esta vida nova.
Cheguei do Caminho.
Estou feliz!
Vale a pena viver!

Se muitos  entre vós se acham seres humanos, muitos, tenho certeza, ainda não são. São uns disformes vagueando inconscientemente, esperando que o ano novo comece após o carnaval. No desempenho dos meus trabalhos sempre procuro mostrar as minhas observações e reminiscências sobre os problemas que enfrentamos. Mais das vezes, não é uma boa solidão? A maioria brinca carnaval (sem emprego e sem estudo). Quem ganha com isso são os governantes federal, estadual e municipal! Povo mal educado e sem educação tem o governo que merece e é isso que os politiqueiros gostam:

“Olha como o meu povo está contente”!

O que eu desejo, mesmo, é que vocês leitores, percebam que esses politiqueiros (da pior espécie) estão prejudicando o povo brasileiro há muito tempo e para isso releiam, por exemplo, “O que eu sei dos maus governantes do Brasil”, eles que se aproveitam de nossa incultura.

Finalizo com uma mensagem do ex-presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln:

“É possível enganar parte do povo, todo tempo. É possível enganar parte do tempo todo povo, mas jamais enganará todo povo, todo tempo”

*Escritor, poeta e teatrólogo. Fiteiro Cultural: Um blog cheio de observações e reminiscências – http://josecalvino.blogspot.com/



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