sábado, 29 de agosto de 2015

Roxo

* Por Adélia Prado

Roxo aperta.
Roxo é travoso e estreito.
Roxo é a cordis, vexatório,
uma doidura pra amanhecer.
A paixão de Jesus é roxa e branca,
pertinho da alegria.
Roxo é travoso, vai amadurecer.
Roxo é bonito e eu gosto.
Gosta dele o amarelo.
O céu roxeia de manhã e de tarde,
uma rosa vermelha envelhecendo.
Cavalgo caçando o roxo,
lembrança triste, bonina.
Campeio amor pra roxeamar paixonada, o
roxo por
gosto e sina.


* Adélia Prado é uma das principais poetisas brasileiras da atualidade, autora de vários livros de sucesso.


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