quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Manhã seguinte

* Por Delasnieve Daspet


Uma velha cidade,
ruas estreitas e tortuosas,
casarios velhos, onde se destacava
no cais do porto, imponente,
uma velha igreja de linhas coloniais,
cenário de um amor bandido.
Na penumbra do quarto,
longe de todos os olhares,
cobri tua face, teu corpo de beijos,
te enchi de carícias,
a luz da lua, cúmplice nos dizia
que nada interferiria neste amor.

E na manhã seguinte,
quando a realidade comunga comigo,
tudo parecia desfeito.

O riso - um rictus de tristeza.
O gozo - dor nas entranhas.
O travesseiro vazio...
Na cama, de novo, só eu!

E de novo - estava a mercê
das circunstâncias,
de doces momentos.
De novo, numa entrega total,
permaneci mera espectadora
da realidade!

* Advogada e poetisa


Nenhum comentário:

Postar um comentário