terça-feira, 25 de agosto de 2015

Ânfora


* Por Carmo Vasconcelos


Esvaziada me deixa a tua ausência
O mundo ao meu redor faz-se um deserto
Vislumbro-te um oásis se estás perto
De romã e medronho é tua imanência

Quando te vais, fontes em mutação
Libertam gotas acres e salgadas
São lágrimas as águas derramadas
Que de mim brotam em desolação

Tu penetraste, símil, em minha aura
Pintando a cor ideal, a que restaura
Os danos incrustados em cegueira

Que a ânfora que eu era, estilhaçada,
Colada ao teu amor foi restaurada
Voltei, amado meu, a ser inteira!


* Poetisa portuguesa

2 comentários: