quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A rica e fascinante Literatura Brasileira


A Literatura Brasileira (sem nenhum ufanismo) é das mais ricas, variadas e fascinantes do mundo. Por mais que alguém a conheça a fundo (e estes “experts”, convenhamos, são pouquíssimos), presumo (e mais que isso, concluo sem qualquer margem para equívocos, com base na pura lógica), que nenhum deles a conhece (talvez algum dia conheça, sabe-se lá) em toda sua extensão. Os maiores especialistas têm, na ponta da língua, autores, livros, estilos etc. dos “figurões” do mundo literário, das estrelas nacionais, dos que conseguiram projeção e conseqüente (e rara) consagração. Estes, todavia, qualquer estudante aplicado, que nem precisa ser aluno de algum curso universitário de Letras, mas do ensino secundário, conhece, mesmo que superficialmente. Poucos, todavia, atentam para as características regionais da nossa literatura.

Apesar dos habitantes de cada um dos 27 Estados do País serem, todos, brasileiros, de falarem e de escreverem utilizando o mesmíssimo idioma, os escritores de cada uma dessas unidades da federação expressam-se de formas diferentes. Refletem culturas regionais típicas, próprias, características, únicas. Valem-se de dialetos locais, nem sempre compreensíveis pelos que habitam outras localidades. Agem como se pertencessem a países distintos, que não o Brasil. Ainda assim, bem ou mal, nos entendemos. Muitos expoentes literários locais são absolutamente desconhecidos em âmbito nacional, embora sejam muito bons e de não ficarem nada a dever, em termos de criatividade e de qualidade, aos grandes “figurões”. Cite, paciente leitor, que ache que estou exagerando, por exemplo, três escritores amapaenses. Ou três sergipanos. Ou mesmo três paraenses. Ou três de outros Estados, excetuando-se o eixo Rio-São Paulo. Não conseguiu? Não se amofine. A imensa maioria não consegue. Mas esses Estados os têm, e em razoável quantidade. E vários são muito bons, na realidade, são excelentes.

Até mesmo escritores consagrados em âmbito nacional, que lograram conquistar uma cadeira na seletíssima e elitizada casa de Machado de Assis são conhecidos por poucos brasileiros. Querem ver como não estou exagerando? Desafio-os a citarem, sem consultarem o Google, dez membros (não importa de quando) da Academia Brasileira de Letras. Não conseguiram? É o que pensei! Contudo, para chegar lá, todos os que lá chegaram reuniram méritos literários para tal. São (ou foram) mestres da Literatura e do idioma. Em suma, o que falta, no Brasil, não são escritores. Carecemos, isso sim, de “leitores” em idêntica proporção aos que escrevem e publicam livros. E, sobretudo, temos profunda carência de interesse, de reais oportunidades para maiúsculos talentos que morrem anônimos, mesmo sendo excelentes literatos. Em suma, carecemos de divulgação.

Há cerca de 50 anos venho me dedicando, de corpo e alma (e de dois anos para cá em tempo integral, com média de oito horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados) ao estudo de Literatura: a mundial, mas, sobretudo, a doméstica, a local, a brasileira. Quando num arroubo narcisista já acho que conheço, digamos (exagerando) 2% dos melhores escritores e de suas respectivas obras, de repente, sou forçado a cair na realidade e concluir que estou distante anos-luz de conhecer até mesmo esse irrisório porcentual. Volta e meia caem-me, em mãos, livros de autores de que nunca ouvi falar, que jamais suspeitava que existissem, de qualidade beirando à perfeição, e sou forçado a admitir que nada sei sobre a matéria. Esclareço que estudo com tanto afinco a Literatura não por obrigação, por aspirar algum cargo ou posição relacionados com as chamadas “belas letras”. Nada disso. Faço-o livre e espontaneamente, sem que ninguém me obrigue e nem cobre, por puríssimo prazer, por se tratar da minha paixão, daquilo que me diverte e me instrui, que é minha obsessão.

Abordei, nos últimos dez anos, escritores e livros de pelo menos duas regiões específicas do País (que me lembro): os de Brasília, quando do 50º aniversário de fundação da “Capital da Esperança” e os da Bahia (neste caso, apenas os ficcionistas e os mais conhecidos). Cometi inúmeras injustiças, omitindo autores e obras marcantes e não, claro, deliberadamente, mas por pura ignorância. E olhem que tratei, apenas, de duas regiões brasileiras específicas. Tentarei, oportunamente, trazer à baila expoentes dos outros 26 Estados, consciente de que irei omitir, por desconhecer, dezenas, centenas, quiçá milhares de escritores. Ainda assim, entendo que essa pesquisa, com todas as suas falhas, seja válida, para que nós, brasileiros, conheçamos um pouquinho mais da nossa rica, variada e fascinante Literatura. Começarei – e não me perguntem a razão dessa opção – por “alguns” escritores de Santa Catarina. Aguardem-me!!!

Boa leitura.


O Editor.

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