domingo, 21 de junho de 2015

Claro que não!

* Por Alexandre Vicente


Precisei bloquear um numero de celular, após o mesmo ter sido roubado. Consegui isso rapidamente pela central de atendimento da operadora.

Uma semana depois, comprei um novo aparelho e fui numa loja credenciada para adquirir outro chip e recuperar o número da linha. Lá fui informado que como o mesmo estava suspenso, eu deveria ligar pra central para retirar o impedimento. Liguei uma primeira vez e após ouvir todas as opções de atendimento, inclusive saber que em Alagoas e Sergipe estão usando mais um digito, fui transferido para a atendente. Essa me disse que eu só poderia tirar o impedimento se estivesse numa loja Claro.

Fui na loja e liguei de novo. Ouvi todas as opções de serviço e mais uma vez fiquei a par do novo digito em Alagoas. Dessa vez a atendente disse que eu teria que ir a uma loja própria da Claro para efetuar o procedimento. Argumentei sobre o que tinha sido informado na primeira ligação mas não adiantou.

Como andava ocupado, pedi a meu filho para ir na loja. Outro dia perdido. Dessa vez o argumento era de que tinha que ser o próprio dono da linha. O representante ainda ilustrou a explicação fazendo um paralelo com um automóvel. Algo a ver com “se você tem um carro, tudo que você precisar fazer no DETRAN, tem que ser feito pelo proprietário”.  A comparação foi infeliz, pois existem coisas que outro pode fazer pelo dono do veículo.

Assim, tirei uma manhã para ir ao Norte Shopping numa loja própria da operadora. Fui o primeiro cliente do dia e a atendente já estava de mau humor. Talvez por ser segunda-feira. Por algum motivo o sistema estava fora do ar (Não é que a o paralelo do DETRAN tá pegando na Claro!) e minha opção era ligar para a central para tirar o impedimento (?!?!). Expliquei que eles não fariam isso, pois eu havia tentado duas vezes. Ela insistiu e então fiz questão de ligar na frente dela. O que aconteceu? Após ouvir que em Alagoas tem um novo digito, a tele atendente pediu meu cpf e tirou o impedimento. Só rindo, né?

A atendente da loja, que me prestava um grande favor, já que seu trabalho é voluntário ou cumpre alguma sentença de prestação de serviço (única explicação para tamanho mau humor) perguntou se o chip que eu queria era micro ou comum. Eu disse o modelo do aparelho, mas ela não foi capaz de saber qual o tipo de chip e que eu precisava dizer se era micro ou comum. Como sou brasileiro  e consumido pelo problema, chutei dizendo que era micro. A moça me deu um papel e mandou pagar no caixa.

Pensei mais uma vez e imaginei chegar em casa com um micro chip sem utilidade, caso o aparelho usasse o normal. Resolvi ligar e perguntar qual o modelo do chip. Eu estava enganado. O chip era normal. Voltei para falar com a filantropa arrependida:

— Desculpe. Me enganei. O chip é normal.
— Não tem problema. Esse é flex.

Como diz um grande amigo: ”O problema do Brasil é o brasileiro”.

Chupa essa manga, filho.

* Escritor e compositor


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