domingo, 18 de janeiro de 2015

Anseio pelo reencontro

*Por Pedro J. Bondaczuk



Reencontrar o caminho perdido,
o rastro deixado na areia,
a rota que leva a um destino
que se perdeu num segmento do Tempo.

Tornar a sonhar o sonho interrompido

para desvendar-lhe o incógnito desfecho,

reciclar os anseios e os ideais,
retroceder à confusa encruzilhada,
reencontrar o ingênuo primeiro amor,
reescrever o interrompido primeiro poema,
retornar a sentir o antigo entusiasmo
do primeiro beijo, furtivo, roubado,
e da primeira briga, primeira fossa,
volver a sentir a primeira angústia.

Refazer uma vida,
retomar um caminho,
rematar uma obra,
retalhar uma angústia,
rebuscar um baú,
recobrar os sentidos,
revestir uma sombra,
revelar um segredo,
recolher uns destroços,
recriar,
recordar,
retornar ao princípio
e reencontrar-me.


* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk 



Um comentário:

  1. Claramente um retornar seguido por um avançar. Fala do passado e do futuro, e das coisas que passaram e as que chegarão. Lembra as ondas do mar, num vai e vem sem fim.

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