terça-feira, 21 de outubro de 2014

Quando o passado voltar


* Por Clóvis Campêlo

O tempo não me diz nada,
tua presença não me diz nada,
o discurso do presidente nada me diz,
os mortos calaram-se para sempre.

Talvez em algum recôndito
desconhecido e ermo,
exista alguma resposta
para um sentimento ridículo e inútil.

Dispenso a autocomiseração, porém,
pois, apesar de tudo,
uma luz insiste em manter-se acesa
no infinito azul e profundo.

E mesmo sob o manto de
um sentimento insano e desumano
não aspiro regressões ou
a volta ao útero materno.

Talvez no futuro longínquo,
onde até as retas e as pedras
se encontram, a pedra filosofal
nos traga o passado de volta.

Pois se viemos do círculo,
ao círculo voltaremos.

Recife, setembro 2014

* Poeta, jornalista e radialista, blogs:




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