segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A matança do rei Herodes em Gaza


* Por Talis Andrade

Os bombardeios do Exército de Israel em Gaza deixaram 408 crianças mortas e 2.500 feridas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que calcula em 370 mil o número de menores que necessitam urgentemente de ajuda psicológica.

“O número de crianças assassinadas durante a operação militar superou o de crianças mortas durante a operação Chumbo Fundido”, a última ofensiva israelense em Gaza, entre 2008 e 2009, na qual 350 menores morreram, afirmou Pernille Ironside, chefe do Unicef em Gaza.

“A ofensiva teve um impacto catastrófico e trágico nas crianças. Se levarmos em conta o que esses números representam para a população de Gaza, é como se tivessem morrido 200 mil crianças nos Estados Unidos”.

Ironside ressaltou que não há eletricidade e que os sistemas de água potável e saneamento não funcionam, por isso o perigo de doenças transmissíveis e de diarreia — que pode ser fatal em menores de cinco anos — é iminente.

“É preciso se levar em conta o tamanho da faixa de Gaza, são 45 km de comprimento por entre 6 km e 14 km de largura. Não há uma só família que não tenha sido diretamente afetada por alguma perda”, disse.

“A destruição é total. Usaram armamentos horríveis que provocam terríveis amputações. E isso se passou na frente dos olhos das crianças, que viram morrer seus amigos e seus pais”, afirmou a funcionária.

Por isso o Unicef calcula que 370 mil crianças necessitarão ajuda psicológica para superar o trauma.

“Levemos em conta que uma criança que tem sete anos já passou por três ofensivas, a de 2008-2009, a de 2012 e a de agora. Imaginem o impacto que isso pode ter tanto nas crianças menores como nas quais já entendem o que isso significa”, afirmou.

Os bombardeios israelenses afetaram 142 escolas em Gaza, incluídas 89 da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), enumerou Ironside, que lembrou os ataques diretos a três escolas da ONU usadas para dar refúgio a palestinos fugindo dos combates.

Para Ironside, o futuro das crianças em Gaza é “desalentador”.

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).



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