segunda-feira, 19 de maio de 2014

Agressor é estranho



Um dos casos mais conhecidos de estupradores, desconhecidos das vítimas, no Brasil, é o do motoboy Francisco de Assis Pereira, apelidado de "Maníaco do Parque", preso em 1998, no Sul do País, e atualmente encarcerado no presídio de segurança máxima em Taubaté, no Vale do Paraíba, aguardando julgamento por seus crimes.

O famoso "serial-killer" matava suas vítimas, depois de consumar o estupro, para não ser posteriormente identificado. Responde por pelo menos sete assassinatos, embora tenha admitido que possa ter assassinado onze mulheres ou mais.

O maníaco atraía suas vítimas, apresentando-se como publicitário, em busca de modelos. Convidava-as para alegadas sessões de foto e as levava para o Parque do Estado, na periferia de São Paulo, onde as estuprava, e depois matava, enterrando seus corpos.   

Raros, porém, são os estupradores que matam suas vítimas. Na maioria das vezes, confiam na eficácia das ameaças de morte que fazem. Assaltantes têm recorrido a estupros, quando querem que o assalto não seja denunciado à polícia. Em muitos casos, a ação tem sortido efeito, já que por uma questão até de preconceito, a família prefere manter o caso em segredo.

Estatísticas, revelam, por outro lado, que ataques sexuais contra mulheres aumentam em noites frias, em especial as de fim de semana. Os agressores atacam em locais onde a probabilidade de serem flagrados é pequena, como terrenos baldios, casas abandonadas, matagais e locais isolados da cidade. Nas noites frias, o número de pessoas circulando pelas ruas é bem menor e a chance do criminoso ser pego é muito mais remota.

Desde 1999, houve sensível um aumento na média mensal de crimes sexuais, como estupros, tentativas de estupro e atentados violentos ao pudor, da ordem de 16,7% em todo o País. Oitenta por cento das vítimas desse crime, no Brasil, são meninas entre 10 e 16 anos.

Todavia, os crimes sexuais estão entre os de menor notificação, por causa do medo ou do constrangimento das pessoas agredidas. Entre 80% e 95% das ocorrências nunca chegam ao conhecimento das autoridades.

A incidência maior de crimes sexuais no Brasil recai sobre adolescentes (31,6% na faixa etária de 15 a 19 anos) e adultas jovens (22,4% na faixa de 20 a 24 anos). Mas em nenhuma idade a mulher é poupada desse tipo de violência sexual. A imprensa já noticiou casos envolvendo desde recém nascidas até idosas centenárias.



Do livro ‘Guerra dos Sexos”, Pedro J. Bondaczuk, 1999, inédito.


Boa leitura.


O Editor

Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk.

Um comentário:

  1. Dá asco, nojo, engulhos debulhar os nossos pecados e escarafunchar essas feridas. Tanto é assim, que as vítimas ocultam os criminosos, engolem seus vômitos e lavam suas feridas em água e sal. Depois arrastam vida afora as correntes e assombrações que desta agressão decorrem. Só corajosos abraçam essa causa e esse tema. Mais fácil deixar como está. Poucos se interessam em estudar o que nossa civilização tem de mais repulsivo e sórdido. Nem litros de creolina aplacam tanta sujeira.

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