terça-feira, 22 de abril de 2014

Madrugada adentro

* Por Eduardo Oliveira Freire

Lá estava a casa de praia com suas lembranças doloridas e prazerosas...

Marisa abriu a porta e recordou do primeiro amor, o primo Lauro. Beijavam-se em todos os recantos da casa antiga. Nunca transaram, só carícias. Um dia, desapareceu no mar.

Na alta madrugada, Marisa percebeu a porta abrir. O primo apareceu, continuava jovem e ela se abriu para senti-lo novamente.

Ao amanhecer, Marisa desconfiava do sonho, parecia ser tão real.

Viu as marcas espalhadas pelo corpo e em lugares que não conseguiria sozinha. Mas, sentiu-se bem, de alguma forma se despediu de um jeito especial do primeiro amor. De repente, lembrou-se de um sonho que o rapaz contou para ela.

Lauro desceu a escada e encontrou Marisa tomando café. Ansioso, disse:

- Tive um sonho com você, era mais velha e fizemos amor madrugada adentro.

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/


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