terça-feira, 22 de abril de 2014

Como uma ONDA

* Por Evelyne Furtado

Encontro-me só. Recentemente recebo a melancolia ao entardecer. Ela vem e se instala. Faz o que a melancolia costuma fazer. Sinto-me só. Sinto falta de alguém. Tenho vontade de chorar. E choro. Lembro seu olhar que muitas vezes não consegui decifrar, mas me bastava nele mergulhar, para me sentir viva. Ouço o canto dos pássaros, alheios a esse desconfortável estado de espírito no qual me encontro. Um bonito coral. Oferecerei um café a visitante. Eu adoro café, quem sabe ela também gosta. Mas e se ela passar a me visitar com mais freqüência só pelo cafezinho? Pensarei no assunto. Lembrei de uma música de Lulu Santos, ou melhor "da música", pois todo mundo conhece Como Uma Onda (Zen Surfismo):

”.Tudo muda o tempo todo.
No mundo.
Não adianta fugir.
Nem mentir pra si mesmo agora,
Há tanta vida lá fora.
Aqui dentro sempre.
Como uma onda no mar"

É mais ou menos assim que me sinto. Há muita gente lá fora. Alguns eu convidaria a entrar. Há muita gente aqui dentro também que, talvez me fizessem melhor se saíssem de vez. Porém, eu me apego às pessoas boas que gostam de mim.

Por enquanto, estamos eu, a melancolia e um coração cheio de amor e saudade. É assim a vida a Lulu Santos: " Nada do que foi será do jeito que já foi um dia. Tudo passa. Tudo sempre passará". De repente ela, a Sra. Melancolia, vai embora e a alegria volta a me acompanhar. É o que espero para já.


* Poetisa e cronista de Natal/RN

Um comentário:

  1. A melancolia não costuma ser obediente. Atender ela até atende, porém no tempo da nossa saudade.

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