segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Estranhas prisões

* Por Roberto Corrêa

Realmente prisões parece que não foram feitas  para todo mundo, especialmente para políticos famosos.  Assim, estranhamos como José Genoíno e José Dirceu, este um dos ministros mais importantes do governo Lula, se encontrem trancafiados mesmo parcialmente e em celas especiais (apenas a água do chuveiro é gelada e isso pode ser resolvido esquentando-se  água em baldes no sol).

Encontramo-nos penalizados com os condenados do mensalão, pois de tão longo processo, nos acostumamos com a submissão constante e secreta que desde sempre existe nas diversas escalas administrativas, jamais resultantes em prisões.

Então, prender apenas uma dezena de aproveitadores da situação geral, quer-me parecer muito sofrido, e não vai  resolver a problemática. Pelo jeito que a situação chegou, quer- me parecer ainda, que outro regime administrativo deve ser instalado, pois o sistema democrático que vem sendo adotado não satisfaz, deixando muito a desejar.

Quem sabe após esse entrevero inesperado, para se conseguir dignas prisões para gente nobre, inclusive administradores e políticos o sistema carcerário venha a melhorar, as prisões constituindo apenas a perda da liberdade, não incluindo nelas outros aspectos degenerativos e deprimentes contra o ser humano.

Talvez, as penas de curta duração venham a ser substituídas por multas ou trabalhos sociais ou caritativos múltiplos, assim se esvaziando os atuais presídios verdadeiras escolas de crimes. Na linguagem popular podemos nos lembrar daquele antigo ditado que afirma “de que não há males de que não venham para o bem”, pois o problema carcerário aqui no Brasil é muito grave e sério, a ponto de serem nivelados as importantes necessidades de se construírem escolas e presídios.

É a essa altura de nossas ponderações que especialmente percebemos, sobre outro ângulo, de que como sofre o povão, pois carregado de suas misérias na luta pela vida, quando cai na infração, por culpa ou por dolo, vai sofrer horrores na prisão.

Se nós cristãos recebemos o ensinamento que o nosso Deus veio trazer vida e vida em abundância, com seu Divino Filho, precisamos com urgência corrigir o erro em que nos encontramos e partir realmente para a existência de vida mais feliz, portanto, para um  mundo melhor. É bom sonhar de vez e quando e não se olvidar da fé.

Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.

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