quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Sobre as minhas frustrações românticas

* Por Gustavo do Carmo

Leio no jornal ou em algum site de fofocas: “Atriz Fulana de Tal termina namoro de seis meses e diz que está livre na pista”. Nem dá tempo de sonhar. Na semana seguinte já vejo nova notícia desagradável: “Fulana de Tal assume relacionamento com empresário”.

Tem outra pior: “Modelo Beltrana está grávida de três meses”. Se eu fosse uma pessoa fraca eu ficaria uma semana em depressão. Como eu sou forte, fico apenas algumas horas. Mas passo a evitar qualquer notícia sobre essa “celebridade” grávida. Quando passa um tempo, já me imagino cuidando deste filho. Mas aí logo descubro que a tal apresentadora está grávida de novo. Aí perco as esperanças.

Quando descubro uma nova celebridade ou jornalista (que não deixa de ser celebridade), logo descubro que ela já é casada, tem noivo ou namorado, pois faz questão de falar dele e ainda exibi-lo. Torço para terminar, mas aí acontece o que eu falei no primeiro parágrafo.

A minha  consolação é pensar que eu nunca serei capaz de namorar uma celebridade com a vidinha simples que eu tenho. Sou muito antissocial, confesso. Odeio boate, odeio sair à noite e odeio multidão. Além disso, os cônjugues, quando não são colegas de trabalho, na maioria, são empresários, dentistas, médicos, músicos, atores bem-sucedidos. Sempre ricos, claro. Eu, que ainda sonho em fazer sucesso como escritor, fico sempre sonhando.

Antes que me critiquem por só querer namorar celebridades, estas frustrações que eu estou descrevendo também acontecem com mulheres conhecidas pessoalmente. Primas, cunhadas, “amigas” da internet e colegas de cursos e faculdades (que eu já nem quero mais fazer) têm sempre um namorado, marido, noivo ou amante.  Quando termina ou se separa, logo arruma outro. E se eu fico confiante que vai terminar ou se separar, engravida. E se eu me conformo em criar o seu filho, engravida de novo. De uma criança que não é minha eu até cuido. De duas jamais.

O primeiro sentimento de decepção com o meu otimismo romântico tive há uns 17 anos, com uma colega do primeiro período de faculdade. Fantasiei com ela me acompanhando no aniversário de 15 anos de uma prima (hoje casada e com dois filhos) em São Paulo e, depois, numa visita dominical à casa dos meus tios, avós dela, em Ipanema. No dia seguinte a esta visita, descobri que ela passou um final de semana romântico com o namorado no Maracanã e depois num barzinho em Vila Isabel. Fui ao fundo do poço.

Desde então, continuo fantasiando o meu relacionamento com determinadas mulheres, famosas ou não, incluindo a família delas (a convivência, claro). Enquanto isso, elas estão vivendo a mesma relação que eu desejo para mim, só que de verdade.

Quando eu entrei na minha última pós-graduação de telejornalismo, além da intenção de fazer novos amigos e conseguir um pistolão para ser escritor ou mesmo jornalista (não consegui nada), pretendia conhecer alguma moça para ter um romance. Uma era casada, outra noiva, outra se gabava de namorar um diretor da Globo e a maioria tinha namorados. As que não tinham eram feias e gordas, o que não me interessa. E se bobear, as feias deviam ter namorados também.  Na primeira pós que eu fiz, de Gestão da Cultura, a maioria das colegas já era formada de senhora. As mais novas já eram casadas.

Enfim, com tantas frustrações com mulheres, prefiro ficar sozinho.  Quando tentei mudar meu jeito de ser fiz papel de ridículo.

Pra mim, a vida da mulher é assim:  vai à boate, conversa com um rapaz, beija na boca, vai ao motel, tira a roupa, faz sexo, engravida, se casa e põe aliança no dedo. Exibe ela e o filho como troféus.  Os paqueradores ingênuos que se danem.

* Jornalista e publicitário de formação e escritor de coração. Publicou o romance “Notícias que Marcam” pela Giz Editorial (de São Paulo-SP) e a coletânea “Indecisos - Entre outros contos” pela Editora Multifoco/Selo Redondezas - RJ. Seu  blog, “Tudo cultural” - www.tudocultural.blogspot.com é bastante freqüentado por leitores



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