segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Mistério e fé

* Por Roberto Corrêa

Para complementar o artigo anterior em que terminamos dizendo algo sobre mistérios, julgamos conveniente prosseguir, embora de maneira sucinta, como sempre fazemos. O melhor esclarecimento sobre o que sejam mistérios, o encontramos no antigo II Catecismo, passo inicial da instrução religiosa dos antigos cristãos católicos (dos septuagenários para cima).

Reza o livreto: “que são os mistérios? Os mistérios são verdades superiores à nossa razão, as quais devemos crer, ainda que não as possamos compreender. Por que devemos crer os mistérios? Devemos crer os mistérios, porque foram revelados por Deus, que sendo Verdade e Sabedoria infinita, não nos pode enganar nem ser enganado.

Serão os mistérios contra a razão? Os mistérios são superiores, mas não contrários à razão que nos persuade a admitir os mistérios. Porque os mistérios não podem ser contrários à razão? Os mistérios não podem ser contrários à razão, porque o mesmo Deus, que nos deu a luz da razão, nos revelou os mistérios, e Ele não pode se contradizer.

Onde se encontram as verdades reveladas por Deu? As verdades reveladas por Deus se encontram na Sagrada Escritura e na Tradição.”

Precisávamos nos encontros religiosos nos dedicarmos mais ao estudo didático da religião cristã porque os ensinamentos não são difíceis, mas relativamente complexos e muitos, por exemplo, entendem que mistério é sacramento.

A criação, a encarnação, a redenção, são mistérios, mas não sacramentos Os sacramentos da Igreja são sete, quase todos comportando místicas explicações, mas a Eucaristia pode ser considerado o Mais fantástico dos mistérios. De qualquer forma, porém, como precisamos aprofundar e intensificar a fé é útil revolvermos fatos ou acontecimentos tidos como misteriosos, exemplificando-se com a escolha da vocação, a proteção pessoal e familial e até a predestinação.

O nosso cotidiano necessita ser preenchido com atividades honestas saudáveis na correta aceitação das normas ínsitas no coração do homem, codificados em sua consciência pelo indelével direito natural. Essa, aliás, a luta de todo cidadão de bem que espera desfrutar da vida aqui no planeta Terra com toda tranquilidade e na expectativa de que a vida futura será de eterna felicidade.

* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.


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