sábado, 22 de junho de 2013

O refém

* Por Clóvis Campêlo
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Para Alberto da Cunha Melo
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Lembrava apenas do silêncio,
promessas nunca as fizera,
aquela luz era uma quimera,
sobre o escuro estava pênsil.
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Não adiantaram os tratados,
angústias antes do mergulho,
o corpo agora era um entulho,
inteiro, mas dilacerado.
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Sabia de todos os pecados,
lera-os em todos os livros,
compunham agora o seu crivo,
eternamente o seu legado.
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Não adiantaram as palavras,
fazer-se cosmos, demiurgo,
restava-lhe agora o expurgo
resultante daquela lavra.


* Poeta, jornalista e radialista

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