quarta-feira, 26 de junho de 2013

Esfinge

 
* Por Alberto Cohen


E
sfinge é bem melhor que me devores.
Não creio em teus mistérios e silêncios
de milenar sepulcro onisciente
a sepultar idéias solitárias.

Teu destino é a estática arrogância
de ver na pedra o ótimo horizonte,
fazer de cada cavaleiro andante
mais uma estátua a comungar contigo.

Eu sou do vento, esfinge, e minha sorte
é percorrer os campos, sem cabrestos,
sem precisar de aplausos corrompidos.

Faço versos somente, sou poeta
e não desejo glórias ou futuro.
Basta-me a ânsia de um cantar sem dono.


* Poeta e escritor paraense

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