sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Pílulas literárias 153

* Por Eduardo Oliveira Freire

DELICADA
Todos que a viam, achavam-na um anjo. Não esperavam nenhuma má criação dela, só boas maneiras. Diziam sempre que era uma bonequinha de porcelana. Um dia, a menina apareceu na frente de toda a família, com o canarinho da avó estraçalhado na boca. Pela primeira vez, sentiu-se viva.

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MONSTRO
Montava um arquivo na sua cabeça, para se sentir mais organizado. Mas, vinha um monstro das suas profundezas e desarrumava tudo. Seu arquivo ficava um caos. Uma vez que as fichas dos pensamentos, dos sentimentos e dos sonhos se misturavam.

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SEM MEDO
Sempre se sentiu um péssimo ator, nunca conseguiu decorar o texto e vivia tropeçando no palco. Um dia, fugiu.Quando saiu do teatro, ficou maravilhado com a imensidão. Fechou os olhos rumo ao desconhecido. Muitos o chamaram de louco.

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A MADRASTA
Era bela e bondosa. A enteada a odiava, por isso, ofereceu-lhe uma maçã envenenada. Ficou entre a vida e a morte, mas o pai da enteada a beijou e a salvou milagrosamente. A jovem fugiu de casa e foi atropelada. Hoje, a madrasta cuida dela com muita dedicação e a chama de bela adormecida, já que sempre está na cama.

* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor

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