segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Flutua

* Por Péricles Prade

É o divino
que me atrai
na morada dos venenos.
Cego,
oro
com as palavras embutidas
nos dentes do oprimido.
Animal algum
viaja no vinho deste copo
que não vejo,
mas na boca flutua
como fruto selvagem.
E por isso
me benzo
com as cores do arco-íris.

• Poeta, contista e crítico de arte. Publicou os livros de poemas Nos limites do fogo (1976), Os faróis invisíveis (1980) e Sob a faca giratória (2010), entre outros. Os poemas aqui publicados pertencem ao livro inédito Casa de máscaras. Vive em Florianópolis (SC).

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