domingo, 30 de setembro de 2012

Goiânia morena

* Por Lêda Selmaa

Goiânia morena
de corpo esguio
e ancas largas,
de manhãs soltas ao vento,
de tardes acaloradas,
de ventre escancarando
a prenhez de sol e flores.

Terra-mulher sedenta
e de desejos flamantes,
Goiânia goiana, amante,
das noites tão luzidias,
queimando emoções vadias
em seu braseiro de estrelas.

Balzaquiana-menina,
de pele sempre suada,
Goiânia das madrugadas,
das parcerias com a lua,
da irradiação de amores,
dos sonhos azuis, viajores,
dos humores de poesia.

Goiânia de lascivas formas,
cabelos de flamboiã,
dos bem-te-vis, beija-flores,
das praças, parques, jardins,
morena de olhos dourados,
balzaquiana-menina,
que ao esposar Goiás
se fez em terra-mulher.

• Poetisa e cronista, licenciada em Letras Vernáculas, imortal da Academia Goiana de Letras, baiana de Urandi, autora de “Das sendas travessia”, “Erro Médico”, “A dor da gente”, “Pois é filho”, “Fuligens do sonho”, “Migrações das Horas”, “Nem te conto”, “À deriva” e “Hum sei não!”, entre outros.

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