segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Mamãe, eu quero pão

* Por Edir Araújo

Mamãe, eu quero pão
Nossa mesa tem fartura
Mamãe, eu quero pão
Mamãe, que gostosura!
Mamãe, eu quero pão, pão, pão

Mamãe... é muito triste
Ver que tanta fome existe
Mamãe, coloca a mesa
Nossa! Quê beleza!
Mamãe, nunca faltou
O pão na nossa mesa...

A fome... quê maldosa!
Espalha... impiedosa
A fome é mundial
Mamãe... quê problemão!
Mamãe, estou faminto
Mamãe, eu quero pão

De todas as mazelas
A fome é uma delas
De todos os percalços
Crianças, pés descalços
Mamãe, quanta miséria
A fome é coisa séria...

Pela Índia, sua terra
Gandhi fez a sua "guerra"
Foi um homem de renome
Fazendo greve de fome

Na África... mamãe
A fome é mais dura
Lá é um fantasma
Nossa! Quê tortura!
A comida naquela terra
Eles chamam de ração
Mamãe, estou com fome
Mamãe, eu quero pão

Um bilhão já passa fome
Nesse mundo... Quê horror!
Essa fome, que consome
O apocalipse chegou...
Mamãe, quê aflição!
Passar fome quero não...
Mamãe, estou faminto
Mamãe, eu quero pão

* Edir Araujo é poeta e escritor, autor dos livros A PASSAGEM DOS COMETAS E GRITOS E GEMIDOS.

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