sexta-feira, 27 de julho de 2012

O escritor

* Por Jair Lopes

Nada mais próprio do que, neste 25 de julho, lembrar daqueles que são, antes de quaisquer outros, os esteios da civilização, os escritores. Se pararmos para pensar um mero segundo, é fácil perceber que sem escritores esse mundo como o conhecemos não existiria. Desde a adoção da escrita pelos que nos antecederam foi possível, não só registrar o fato, o evento, o pensamento, mas principalmente transmitir o conhecimento para os pósteros. Existem algumas culturas bastante antigas até, como os aborígenes australianos, que nunca adotaram qualquer simbologia convencional que transpusesse a barreira do tempo e do espaço levando suas descobertas e costumes a outros, seja de sua etnia ou estrangeiros. Talvez isso explique em parte por que existem centenas de idiomas e dialetos em um povo que não está separado por barreiras naturais. Quando os europeus chegaram à América se depararam com alguns milhões de indígenas que também não tinham escrita formal e suas etnias e línguas eram (ainda o são em certa medida) pulverizadas em milhares de variações, algumas nem pareciam vir do mesmo tronco linguístico de tão diferentes.

Por esses exemplos e comparando com as civilizações que hoje “dominam” o Planeta é possível aquilatar a importância que sempre teve a escrita. Desde aqueles amanuenses mesopotâmicos que, através de plaquinhas de argila, registravam transações comercias e certa contabilidade rudimentar, até cientistas dos séculos das luzes que, graças à invenção da imprensa de tipos móveis, puderam apresentar suas ideias e descobertas, todos os escritores formavam a base sólida da civilização.

Hoje as novas tecnologias que permitem publicações como e-boock, parece, tornaram o livro em papel dispensável, mas isso não é verdade. Até já escrevi sobre o assunto: “Um país sem livros é um deserto de idéias”, essa frase é minha e traduz o que penso sobre a importância da palavra impressa. Palavra impressa, diante das novas formas de levar as idéias até ao leitor, é apenas uma expressão, porque na verdade o que chamamos de livro sofreu inúmeras adaptações aos novos meios de informação e tornou-se algo muito diferente do que foi no passado, contudo, a essência do livro continua a mesma. O livro é ponte sagrada sobre a qual a humanidade passa para encontrar os rumos que conduzem à civilização. O suporte para o livro não importa, ao longo da história os homens firmaram aquilo que seria importante para suas gerações em pedra, pergaminho, papiro, madeira, metal, papel e, agora, em elétrons na forma de e-book. Lembrando que e-book é uma abreviação para “electronic book”, ou livro eletrônico: trata-se de publicação com conteúdo idêntico ao de uma possível versão impressa, com a característica de ser, claro, uma mídia digital.

Assim, caros escritores e escritoras, hoje é um dia muito especial para todos, porque se reconhece a importância para a humanidade a arte de escrever. Parabéns a todos!

• Escritor, autor dos livros “O Tuaregue” e “A fonte e as galinhas”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário