terça-feira, 19 de junho de 2012

O corpo medido

* Por Talis Andrade

Meu corpo não termina
nas partes que consigo atingir
Meu corpo não termina
nas partes que você toca
além do que posso sentir

Meu corpo não termina
nos limites do amor
o amor que tuas mãos percorrem
Meu corpo não termina
no corte de pano medido
para a costura da mortalha

Meu corpo não termina
no cadáver posto no ataúde
Meu corpo se estende
por desconhecidas terras
longe das feras
longe do alcance
dos carniceiros vermes

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

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