domingo, 22 de abril de 2012



Não cansei-me do silêncio

* João Alexandre Sartorelli

Não cansei-me do silêncio
Porque nele havia ritmo.
Nela pulsava tua ausência,
O quanto calamos, o quanto rimos.

O mar se mistura ao vento,
As barcos virados e aos meninos.
No teu corpo o terno movimento
De ondas vorazes, teus olhos brilham.

Há um oceano em toda perda
E é frio o beijo do precipício,
Negro abismo sem correnteza.

Há um sorriso preso no tempo
No cais sem amarras, cais impreciso.
Sem tua fala, tua cor, teu alento.

* Analista de Sistemas por profissão e poeta por vocação

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