segunda-feira, 26 de março de 2012



O poder da imagem

* Por Pedro César Alves

Quanto poder tem a imagem? Você já parou e imaginou o que ela pode fazer? Outro dia fiquei pensando sobre as imagens e, de repente uma, que vi recentemente num livro, veio-me à mente e não a consegui esquecer, por isso estou aqui a escrever. Algo em minha mente acontece para que eu escreva sobre a mesma: talvez as múltiplas respostas que encontrei a partir da leitura da mesma.

Neste momento, que estou com esta imagem fixa aqui dentro – não quero deixá-la somente para mim, quero passá-la ao leitor: lindos pés femininos – mas nas pontas dos pés. Tipo bailarina a bailar, a dançar feliz da vida – feliz da vida coloco por conta e risco, tendo em vista que a imagem trazia apenas os pés, equilibrados nas pontas dos dedos.

Imagine você, talvez dentro de um cinema, ou até mesmo à frente de sua televisão – e, de repente, sereno, belíssimos pés saltam-lhes aos olhos a bailar. Você fica a imaginar: será uma bailarina? (Você não pode afirmar nada porque o local não é propício pra isso – imagine ser areia – e você vê somente os pés e parte inferior da perna.) A imaginação é quase tudo na vida do ser humano.

Você fica imaginando: será alguém querendo ver mais longe? Ou, alguém querendo observar por cima do muro? Ou, por cima de uma multidão à sua frente? Ou, se preferir: alguém se alongando – tantas possibilidades. E, se for mais criativo, pode colocar-se frente ao mar: alguém esperando um barco chegar. São tantas as possibilidades que se abrem que o espaço fica reduzido.

E, pensando sobre a imagem, começo a refletir em cada trabalho duro que cada cidadão exerce. A bailarina, por exemplo, desde cedo os familiares a conduzem para o árduo treinamento, pois um dia a querem ver fazendo parte de grandes shows, de uma grande companhia. Outros operários – dos mais diversos setores, às vezes necessitam ficar nas pontas dos pés para conferir determinados trabalhos.

Ou, o que será que aquela figura tentava avistar tão longe – seja por cima do muro, por cima da multidão, ou ao mar alto? Por cima do muro poderia estar espiando o vizinho, ou simplesmente cochichando; por cima da multidão – tentando encontrar alguém querido; talvez, simplesmente, se alongando – e este ser aqui a pensar coisas; espiando o mar – talvez na esperança da breve chegada de seu amado – antes que o sol se ponha. Tantas possibilidades!

Imagem: quanto poder o vosso! Inclusive – dicas passadas aos meus alunos, outro dia ouvi numa palestra: quero enaltecer o ser – tiro a foto de baixo para cima; quero ridicularizar o ser – tiro a foro de cima para baixo. São os poderes que a imagem nos confere – basta usar corretamente. Ou, basta usar o equipamento de forma adequada.

Deste lado aqui da tela, às vezes estando à toa, coloco uma palavra nos buscadores e quantas fotos surgem, quantos ângulos diferentes – quantos segredos guardam as imagens! Quantos? E eu aqui deste lado frio tentando decifrá-las. Oh! Quanto poder o vosso! Que sorte tem o fotógrafo, pois trabalha diretamente com a arte de registrar os acontecimentos, de registrar a vida. Alguns se especializam em ser repórter fotográfico: deve ser um prazer enorme para os tais – principalmente se trabalharem a linha ‘ser humano’, se assim posso dizer.

E o melhor de tudo: cada cidadão imagina algo diferente da imagem – sem contar o lado emocional que a mesma interfere – por que não o lado mais profundo do ser humano: o psíquico? O enigmático.

E, observando novamente imagem – os pés equilibrados nas pontas dos dedos, concluo: quanta força pode expressar tal imagem! E eu prefiro ir além do escrito acima: no poder da imaginação.

• Professor, WWW. aracatubaeregiao.com.br

Um comentário:

  1. Fico estática quando a imagem capturada
    fala comigo, como se um pedacinho da
    eternidade ficasse para a história.

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