terça-feira, 20 de dezembro de 2011









Historietas*

** Por José Calvino de Andrade Lima

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Joca de Casa Amarela - Rir ainda é o melhor remédio

Vamos rir? Esta aconteceu lá pelos anos 50, os cinéfilos de Casa Amarela, foram assistir na soirée, no cinema Rivoli “Uma Noite no Cairo”, que o então candidato a vereador, Joca, com seu Ray-Bam, à noite, havia anunciado no seu comício em pronunciar: “Cairó”! Foi alvo de gozação por muito tempo... Mais outra do candidato Joca de Casa Amarela, anos 50, Joca fazia os seus comícios por toda Casa Amarela, pouco fazia nos bairros adjacentes. Nos seus discursos iniciava sempre com o slogan: “Povo de Casa Amarela”... Resolvendo fazer também a sua campanha política no bairro do Arruda, o Joca como era muito engraçado e era festa naquele tempo iniciou: “Povo de Casa Amarela”, o seu cabo eleitoral cochichou: “Aqui é Arruda, seu Joca!” Joca meio surdo afobou-se, sem largar o microfone: “Fale alto, não gosto de cochicho”. Então o cabo repetiu, saindo as vozes pelo alto-falante: Tanto faz Casa Amarela como Arruda tudo é uma merda só”, para a risadagem do público.

Trem de brinquedo


“(...) A mãe trabalhando na cozinha, ouvia o filho brincar com o novo trem à pilha na sala de estar. Ela escutou o trem parar:
- Todos os filhos-das-putas, que querem desembarcar, saiam desta porra de trem agora, porque essa é a última parada! – dizia o filho fazendo papel de locutor – E todos os filhos-das-putas, que estão embarcando nesta porra de trem, sentam suas bundas no assento, porque essa merda partirá daqui a dez minutos!
- Nós não usamos esse tipo de linguagem aqui em casa! – disse a mãe, aborrecida.
– Vá, já para o seu quarto e fique lá de castigo por duas horas.
Duas horas depois, o garoto sai do castigo e volta a brincar com seu trem. Logo o trem pára e a mãe ouve:
- Todos os passageiros que estão desembarcando do trem, por obséquio, lembrem-se de levar os seus pertences. Nós agradecemos, a todos, por viajarem conosco e esperamos que tenham feito uma ótima viagem, muito obrigado.
A mãe estava contentíssima. Valeu a pena o castigo. Aí o garoto acrescenta:
- E para os que estão putos da vida com o atraso de duas horas, reclamem com a minha mãe que ta lá na cozinha.


* Gravado em disco – fev/2003.
Extraído dos livros “Miscelânea Recife” e “Trem Fantasma”.

** Escritor, poeta e teatrólogo

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