quinta-feira, 20 de outubro de 2011







Feudos Abandonados

* Por Roberto Lamin

Há tempos que algo em mim morreu e não renasce,
um feudo improdutivo, uma parte deserta
em algum lugar do ser todo coberto
Por brumas enegrecidas... Ah! queria que o sol não
apagasse
A luz dos olhos castanhos que meus olhos admiraram
Enquanto morria, apenas observaram...
Terça parte em mim não mais floresce,
Não mais cria, não mais chora. No peito
O poeta sente árduo efeito
de fumar os próprias mágoas que a vida tece.
E o tresloucado poeta pensa: “é tudo passageiro,
Como as nuvens do céu verdadeiro!''
Oh! Algo faça esse campo germinar e florir,
Ter colibris sorridentes,
As abelhas, os cachorros, em fim, todos os animais
contentes,
Para que seu eterno dono, também volte a sorrir!...
Se para conduzir o amor necessitasse um instrumento
Deveras que eu tocasse sem algum talento
perceptível.
A fumaça que me inebria
É a mãe que me acalenta
E do frio me esquenta,
Minha outra metade é totalmente fria e vazia...

• Poeta se Itajaí/SC

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