quarta-feira, 25 de maio de 2011







Mulher selvagem

* Por Sayonara Lino

Trago comigo todos os elementos da mulher selvagem. Sem eles, não sobreviveria muito tempo nessa teia engendrada a fim de capturar os desavisados. Sinto a força da intuição, do senso de proteção à família e a todos os que me são caros, a paixão a sensatez.
Mantenho dentes e garras afiados para as ocasiões necessárias. É preciso defender-se dos predadores que estão à espreita. Estou atenta, terna e compreensiva.
A mulher que carrega e alimenta sua alma torna-se poderosa, utiliza sua força e seu poder de forma sutil, sem violência e com sensibilidade. É capaz de desenvolver seu potencial, de existir plenamente sem anular-se, ajudando aos que estão ao redor. É generosa, benevolente, consciente de sua responsabilidade.
Precisa de momentos a sós, de introspecção, calmaria, silêncio. Deseja compreender o mundo, decifrá-lo e interpretá-lo a seu modo, de forma natural, instintiva. Liberar a criatividade é vital e uma vida simples pode operar milagres nessas mulheres intensas, especiais, algumas vezes solitárias, muitas vezes incompreendidas.
Estou buscando meu território, estou correndo com lobos. Sou mesmo assim, uma mulher selvagem.

• Jornalista, fotógrafa e colunista do Literário

2 comentários:

  1. Já senti o peso de alguns adjetivos, mas te lendo
    agora, fico mais tranquila. Sou apenas selvagem.
    Beijos Sayonara

    ResponderExcluir
  2. Eu não sou selvagem, pelo menos no sentido que eu dou a esse adjetivo, mas quem sabe, ainda me tornarei uma?

    ResponderExcluir